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Alfabeto Do Paraíso Ou Távola Do Brasil | Carlos Nejar
Carlos Nejar
A poesia não nos dá a vida eterna, mas como dizia Nietzsche, ela nos dá a “vivacidade” da vida. Ou como diria ainda Octávio Paz, ela nos fornece aquele “instante elétrico” que nos reconecta. Ela é um salto mortal e um ponto suspenso. Ela dilacera, mas é também consciência da ferida. Numa língua soberba e num poema doloroso, febril, fragmentado, voluntariamente onírico, Carlos Nejar nos empresta caminhos sinuosos para exumar traumas coletivos. O poeta se faz combatente imaginário que, através das palavras, mergulha na lama do real. Ele, assim, nos conta a história do Brasil. De seus dramas e dores. Ele nos deixa ver as núpcias do presente e do passado, do sonho e dos fatos, de si e dos outros, da vida e da morte.
Sem abandonar o que o basco Miguel de Unamuno chamava de “sudada fe”, sua fé adquirida ao preço de penas e tormentos, de “suores da alma”, uma fé fecunda e recebida como verdade, ele vai da chegada dos primeiros colonizadores, à Independência, à Democracia e à República para nos contar a história dos dramas e penas de um país que desconhece os passos que sua gente deu. De cuja alienação Nejar tem a mais clara consciência e cujos versos são testemunha de uma vida de luta contra essa mesma alienação. Nejar se coloca diante da obra como o demiurgo frente a sua criação. Sua pena tira do caos a harmonia da beleza e o vivo das tragédias para combater o sofrimento e servir à felicidade. Seu poema nos faz testemunhas da vida e da passagem do tempo, assim como de nossa impotência em remediá-la. Porém seu poema nos convida a meditar: queremos ser indivíduos sem Deus, sem natureza e sem pão? E a reagir: faremos da ação a irmã dos sonhos.
Nejar nos revela que o passado não passa nunca e que cedo ou tarde ele fermenta nos indivíduos até explodir. Mas sem ressentimento ou culpabilização ele canta o Brasil que “à dura terra lavra e sabe o tempo quando há de colher a safra”, ou o “Brasil, a tudo podes, se da luz não te arredas”, lembrando-nos com sua filosofia poética um outro grande nome, André Malraux, que dizia: “viver é não se resignar”. Sim, Nejar, vamos cantar a terra, as raízes e a vida nela contida. Que melhor homenagem à literatura que fazer dos versos o lugar da consciência, da beleza e da alegria? Pois sua poesia é esse lugar.
— Mary Del Priore
Historiadora e escritora
Autora de Uma breve história do Brasil
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Carlos Nejar
A poesia não nos dá a vida eterna, mas como dizia Nietzsche, ela nos dá a “vivacidade” da vida. Ou como diria ainda Octávio Paz, ela nos fornece aquele “instante elétrico” que nos reconecta. Ela é um salto mortal e um ponto suspenso. Ela dilacera, mas é também consciência da ferida. Numa língua soberba e num poema doloroso, febril, fragmentado, voluntariamente onírico, Carlos Nejar nos empresta caminhos sinuosos para exumar traumas coletivos. O poeta se faz combatente imaginário que, através das palavras, mergulha na lama do real. Ele, assim, nos conta a história do Brasil. De seus dramas e dores. Ele nos deixa ver as núpcias do presente e do passado, do sonho e dos fatos, de si e dos outros, da vida e da morte.
Sem abandonar o que o basco Miguel de Unamuno chamava de “sudada fe”, sua fé adquirida ao preço de penas e tormentos, de “suores da alma”, uma fé fecunda e recebida como verdade, ele vai da chegada dos primeiros colonizadores, à Independência, à Democracia e à República para nos contar a história dos dramas e penas de um país que desconhece os passos que sua gente deu. De cuja alienação Nejar tem a mais clara consciência e cujos versos são testemunha de uma vida de luta contra essa mesma alienação. Nejar se coloca diante da obra como o demiurgo frente a sua criação. Sua pena tira do caos a harmonia da beleza e o vivo das tragédias para combater o sofrimento e servir à felicidade. Seu poema nos faz testemunhas da vida e da passagem do tempo, assim como de nossa impotência em remediá-la. Porém seu poema nos convida a meditar: queremos ser indivíduos sem Deus, sem natureza e sem pão? E a reagir: faremos da ação a irmã dos sonhos.
Nejar nos revela que o passado não passa nunca e que cedo ou tarde ele fermenta nos indivíduos até explodir. Mas sem ressentimento ou culpabilização ele canta o Brasil que “à dura terra lavra e sabe o tempo quando há de colher a safra”, ou o “Brasil, a tudo podes, se da luz não te arredas”, lembrando-nos com sua filosofia poética um outro grande nome, André Malraux, que dizia: “viver é não se resignar”. Sim, Nejar, vamos cantar a terra, as raízes e a vida nela contida. Que melhor homenagem à literatura que fazer dos versos o lugar da consciência, da beleza e da alegria? Pois sua poesia é esse lugar.
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Carlos Nejar
A poesia não nos dá a vida eterna, mas como dizia Nietzsche, ela nos dá a “vivacidade” da vida. Ou como diria ainda Octávio Paz, ela nos fornece aquele “instante elétrico” que nos reconecta. Ela é um salto mortal e um ponto suspenso. Ela dilacera, mas é também consciência da ferida. Numa língua soberba e num poema doloroso, febril, fragmentado, voluntariamente onírico, Carlos Nejar nos empresta caminhos sinuosos para exumar traumas coletivos. O poeta se faz combatente imaginário que, através das palavras, mergulha na lama do real. Ele, assim, nos conta a história do Brasil. De seus dramas e dores. Ele nos deixa ver as núpcias do presente e do passado, do sonho e dos fatos, de si e dos outros, da vida e da morte.
Sem abandonar o que o basco Miguel de Unamuno chamava de “sudada fe”, sua fé adquirida ao preço de penas e tormentos, de “suores da alma”, uma fé fecunda e recebida como verdade, ele vai da chegada dos primeiros colonizadores, à Independência, à Democracia e à República para nos contar a história dos dramas e penas de um país que desconhece os passos que sua gente deu. De cuja alienação Nejar tem a mais clara consciência e cujos versos são testemunha de uma vida de luta contra essa mesma alienação. Nejar se coloca diante da obra como o demiurgo frente a sua criação. Sua pena tira do caos a harmonia da beleza e o vivo das tragédias para combater o sofrimento e servir à felicidade. Seu poema nos faz testemunhas da vida e da passagem do tempo, assim como de nossa impotência em remediá-la. Porém seu poema nos convida a meditar: queremos ser indivíduos sem Deus, sem natureza e sem pão? E a reagir: faremos da ação a irmã dos sonhos.
Nejar nos revela que o passado não passa nunca e que cedo ou tarde ele fermenta nos indivíduos até explodir. Mas sem ressentimento ou culpabilização ele canta o Brasil que “à dura terra lavra e sabe o tempo quando há de colher a safra”, ou o “Brasil, a tudo podes, se da luz não te arredas”, lembrando-nos com sua filosofia poética um outro grande nome, André Malraux, que dizia: “viver é não se resignar”. Sim, Nejar, vamos cantar a terra, as raízes e a vida nela contida. Que melhor homenagem à literatura que fazer dos versos o lugar da consciência, da beleza e da alegria? Pois sua poesia é esse lugar.
— Mary Del Priore
Historiadora e escritora
Autora de Uma breve história do Brasil
Título: | Alfabeto Do Paraíso Ou Távola Do Brasil |
Autor(es): | Carlos Nejar |
Ano de Edição: | 2024 |
Capa: | Brochura |
Acabamento: | Laminação Fosca |
Miolo: | Papel Pólen Natural 80g/m² |
Páginas: | 76 |
Dimensões: | Altura: 21 cm Largura: 14 cm Profundidade: 2 cm |
Peso: | 0,120 kg |
ISBN: | 9786561230032 |
Editora: | Monergismo |